Um dos componentes que figuram entre os mais utilizados dentro da eletrônica são os capacitores, que são capazes de armazenar energia na forma de campo elétrico no seu processo de carga, liberando essa energia no processo de descarga.
São largamente utilizados para diversos fins, tanto em aplicações de corrente contínua, como temporizadores, retificadores e em corrente alternada para correção do fator de potência, filtros passivos, entre outros.
Como os capacitores são usados basicamente para armazenar energia, alguns cuidados devem ser tomados para garantir que trabalhem sempre dentro das suas especificações evitando sobreaquecimento que em alguns casos pode até a causar explosão do componente. Acompanhe esse artigo e fique por dentro de como funcionam os capacitores.
Funcionamento, Tipos e Aplicação do Capacitor
Basicamente, o capacitor consiste em duas placas metálicas condutoras separadas por um isolante dielétrico, sendo que esse dielétrico pode ser encarado como um material isolante qualquer, que em alguns casos dá nome ao capacitor (capacitores cerâmicos, de mica, de poliéster, etc).
Exemplos de capacitores comuns no mercado
Todo capacitor tem um parâmetro denominado capacitância cuja unidade é o Farad (F), que determina quanta carga ele é capaz de armazenar.
Como 1 Farad (1F) é considerado uma capacitância muito grande, o mais comum é vermos componentes com subunidades do Farad, como microFarad (uF), nanoFarad (nF) ou mesmo picoFarad (pF).
A tendência é de quanto maior a capacitância, maior as dimensões do capacitor, aumentando também os cuidados em seu manuseio. Há também uma tensão máxima impressa no capacitor, essencial para garantir a isolação do dielétrico e manter o funcionamento do dispositivo.
Comparação de tamanho de diversos valores de capacitor eletrolítico
Outra característica importante dos capacitores é o seu processo de carga e descarga, que garante que a energia acumulada seja descarregada um tempo depois em outra parte do circuito.
Simbologia usada para capacitores
Processo de Carga e Descarga de um capacitor
Analisando em corrente contínua, temos que um capacitor ligado a uma bateria tende a acumular cargas pelo efeito do campo elétrico. A placa ligada ao polo positivo acumula cargas positivas, assim como a placa ligada ao polo negativo que acumula cargas negativas.
Essas cargas não chegam a se combinar graças ao isolante (dielétrico) que separa as placas (também chamadas de armaduras) garantindo que o capacitor, em condições normais de funcionamento, não se torne num curto-circuito e sim um acumulador de cargas. A distância entre as placas também é determinante para o valor final da capacitância.
Funcionamento básico de um capacitor ligado a uma bateria, com acúmulo de cargas nas placas condutoras paralelas.
Enquanto conectado na bateria, o capacitor passa pelo processo de carga. Utiliza-se uma resistência em série com o capacitor para controlar seu tempo de carga, dependente da constante T equacionada abaixo:
T = R x C
Onde T é a constante de carga dada em segundos, R a resistência em série dada em Ohms, e C a capacitância em Farads.
O processo de descarga é análogo, ou seja, obedece o mesmo equacionamento. Veja abaixo um exemplo simples de carga e descarga de capacitores.
Com a chave nessa posição verificamos o processo de carga, já que temos uma corrente fluindo da bateria para o capacitor, limitada pelo resistor R, e nesse caso com constante de carga T = 1s
Com o capacitor já carregado, troca-se a posição da chave e o capacitor se desconecta da bateria, passando a descarregar-se no resistor de 100kΩ
Há uma curva característica que descreve a carga e descarga de um capacitor, ilustrando também o significado da constante de carga.
Verifica-se, pelo gráfico, que o capacitor carrega mais rapidamente até a constante de carga T, corresponde a 63% da carga. Depois dessa marca, vemos que demora mais tempo para completar a capacidade máxima de carga do dispositivo. Para uma carga total, estima-se um tempo de 5xT, ou seja, para o exemplo anterior, o tempo total de carga é 5 segundos.
Tipos de Capacitores
No mercado há diversos tipos de capacitores, sendo citados abaixo os mais comuns:
Capacitor Cerâmico
São capacitores apolares, cujo dielétrico é feito de cerâmica. Geralmente possuem um encapsulamento de esfera achatada. Como tratam-se em sua maioria de capacitores muito pequenos, usa-se com uma codificação especial para obter seu valor nominal de capacitância.Interior de um capacitor cerâmico, ilustrando suas placas separadas pelo disco dielétrico de cerâmica.
Um capacitor cerâmico tem 3 algarismos na sua carcaça, sendo os dois primeiros significativos e o ultimo um multiplicador de base 10. Veja o exemplo abaixo.
Para obter o valor do capacitor, considera-se os dois primeiros algarismos e acrescenta-se tantos zeros quanto forem indicados no terceiro algarismo. Nesse caso, temos 12.000 pF, ou seja, 12 nF de capacitância.
Capacitores de Poliéster
São também apolares, geralmente maiores que os de cerâmica e com a capacitância já impressa na resina externa.
Exemplos de capacitores de poliéster
No entanto há também fabricantes que optam pelo código de cores semelhante ao usado em resistores convencionais.
Capacitor Eletrolítico
Usado em circuitos de corrente contínua, o capacitor eletrolítico é polarizado, ou seja, há um terminal específico para o positivo e outro para o negativo dentro do circuito. Nesse tipo de capacitor, as informações mais importantes estão impressas na capa plástica que envolve o dispositivo.
A faixa de cor diferenciada indica o terminal negativo do capacitor
Inverter essa polarização pode ser perigoso, já que o capacitor corre o risco de sofrer danos, e até explodir, mesmo em condições que seriam adequadas para seu funcionamento na polarização correta.
O aspecto construtivo desse capacitor segue o modelo de camadas metálicas isoladas com dielétrico, feito dessa vez em forma de espiral no interior do dispositivo
Polarizar corretamente o capacitor é essencial, para garantir seu funcionamento, Em casos de sobreaquecimento, o capacitor vai inflar sua parte superior que é chanfrada para aliviar a pressão interna. Em casos mais graves, ocorre a explosão desse chanfro, podendo causar acidentes.
Diferença entre um capacitor normal (à esquerda) e um comprometido (à direita) onde é possível observar o chanfro de segurança inflado por condições impróprias de trabalho.
Conclusão
Vimos os principais tipos de capacitores, explorando seus ciclos de carga e descarga, simbologia e métodos de leitura nominal de capacitância.
Para ler experimentalmente um capacitor utiliza-se o capacímetro, com diversos modelos existentes no mercado.
Há também capacitores variáveis, cuja capacitância pode ser ajustada apenas girando um parafuso
Acompanhe nossos próximos artigos para aplicações no uso de capacitores.
11 Comentários
Gostaria de saber se existe no mercado um disjuntor para eu instalar na entrada do meu Relógio que Bifasico que tenha uma um tipo de proteção diferente do existe do que vende na loja de ferragem
Temos no mercado os Disjuntores Diferencial Residual (DR) e os Interruptores Diferencial Residual. Confira nesse artigo onde fala sobre os disjuntores (https://www.sabereletrica.com.br/disjuntor-dispositivos-de-protecao/).
Qualquer dúvida entre em contato conosco.
Agradecemos pelo comentário em nosso blog Saber Elétrica
Boas gpstaria saber que condensadores posso uzar nas motas
Gostaria de saber se posso usar um capacitor de poliéster pra substituir temporariamente um capacitor cerâmico?
Olá, tenho a seguinte situação: comprei um “medidor” (chinês) para uso no meu carro – composto por relógio (alimentado por duas pilhas internas), termômetro dentro/fora e voltímetro – e liguei no acendedor de cigarros do veículo; ao virar a chave na posição ‘acessórios’ o medidor acende e passa a marcar a “voltagem” (relógio e informações de temperatura são mantidas pelas pilhas do próprio dispositivo). Até aqui, tudo bem.
O problema: ao dar partida no motor a alimentação no acendedor de cigarros e interrompida pelo veículo, retornando logo em seguida. Porém, nesse processo, não sei por qual motivo (talvez algum pico de energia ao interromper/retornar a alimentação de forma súbita) o multimedidor “reseta”, zerando os ajustes de data/hora do relógio.
Abri o plugue dele que vai no acendedor de cigarros e ví que não passa de dois fios (+ e -), então pensei em colocar no “+” um capacitor para que, no momento em que a alimentação for interrompida, o medidor continue com certa alimentação fornecida pelo capacitor, evitando assim ser “resetado” a cada partida do motor.
Pergunto: seria correta essa implementação? Se sim, quais os parâmetros do capacitor a ser utilizado nessa alteração?
Obrigado desde já.
Olá Sérgio. Não sei se já resolveu seu problema, mas mesmo assim vai a dica. Capacitores Eletrolíticos servem como ‘armazenadores’. Quando falta energia ele libera e quando sobra ele armazena para quando falta no sistema… Capacitores Eletrolíticos funcionam em sistemas com Correntes Alternadas ou Pulsantes, mas usados em sistemas com Corrente Contínua… isso ocorre porque quando há uma queda no circuito de corrente contínua ou um circuito de corrente pulsante ele (o capacitor) enxerga uma ‘corrente alternada’ e assim armazena/libera energia ao Sistema. Pelo que explicou o uso de um capacitor pode te ajudar sim. Use um de 100microfarad por 16 ou 24V (sugiro o último). A montagem é como descreveu. Boa sorte. Não deixe de avisar se deu certo, ok? Abraço!
Muito bom…. Meus parabens!!!!
Olá Josivaldo seja bem vindo ao Saber Elétrica, agradeço pelo seu feedback sobre nosso artigos sobre capacitor.
Esta bueno saber mas xq soy nuevo en la tecnica
Hola Marcelo Estaban, bienvenido a Saber Elétrica. Es un placer recibir su visita en nuestro sitio web. Esperamos que nuestros artículos puedan agregar valor a su aprendizaje.
muito bom ajuda bastante ajente